Caro leitor, cara leitora,

é com muita satisfação e também com um sentimento de desafio que inauguramos esse Blog. Pretendemos aqui refletir sobre temáticas relacionadas ao cinema produzido com dispositivos móveis. O espaço também está vocacionado a analise de equipamentos de produção mobile, acessórios, dicas de realização de baixo orçamento e iniciativas de festivais mobile um pouco por todo o mundo. Vamos falar também sobre a cultura móvel. Mídias emergentes como o Mobile XR (realidade estendida), sobre o vídeo vertical, a edição de vídeos nos dispositivos móveis, nas plataformas como Tick Tok, Instagram e Facebook Stories que, afinal, estabelecem todo um universo próprio de produção e consumo.

Este Blog escreverá preferencialmente para a pessoa que gosta de ver filmes, curtas, longas, filmes de micro formato e pensa que em algum momento realizará sua própria produção. Escreveremos também para o cineasta independente, para o produtor que realiza filmes de baixo orçamento e também para as atrizes e atores que veem, na produção de filmes com smartphones, um novo campo de oportunidades para atuação. Queremos dialogar com o cineasta e a cineasta profissionais que reconhecem na produção mobile uma oportunidade e não uma ameaça ao padrão de produção do cinema clássico.

O cinema produzido com smartphones é um fenômeno global que reune atores, cineastas, produtores, amantes do cinema, indústria e festivais de cinema dedicados. Essa comunidade está definindo uma nova forma de fazer cinema. Este Blog propõe-se seguir essa tendência da produção cinematográfica contemporânea no Brasil e no mundo.

As noções de mobilidade, eficiência e simplicidade definem uma capacidade original especifica do cinema feito com smartphone.
A produção de filmes que utilizam câmeras mais acessíveis, pode estabelecer abordagens narrativas mais democráticas favorecendo um estilo de cinema mais equânime.

Os filmes produzidos com smartphone hoje, representam para o cineasta contemporâneo o que a câmera 16mm representou para o movimento cinematográfico Nouvelle Vague, para o Neorrealismo Italiano ou para o Cinema Novo Brasileiro. Podemos afirmar também que os cineastas que trabalharam com Super 8 nas décadas de 70 e 80 e o cinema realizado com câmeras digitais na virada do século, se desenvolveram também dentro dos mesmos critérios de inclusão: mais barato, mais rápido e com mais mobilidade. Como podem ver estamos muito bem acompanhados.

Seja bem vinda. Seja bem vindo ao Blog do Festival de Cinema Filmaê.

Fernando Campos
Coordenador Geral do Festival Filmaê